De Ecclesiae Unitate
Caput 11
Contra ejusmodi clamat Dominus, ab his refraenat et revocat errantem plebem suam, dicens: «Nolite audire sermones pseudoprophetarum, quoniam visiones cordis eorum frustrantur eos. Loquuntur, sed non ab ore Domini. Dicunt eis qui abjiciunt verbum Dei: Pax erit vobis et omnibus ambulantibus in voluntatibus suis. Omnis qui ambulat in errore cordis sui, non venient super eum mala. Non locutus sum ad eos, et ipsi prophetaverunt. Si stetissent in substantia mea, et audissent verba mea, et si docuissent populum meum, convertissem eos a malis cogitationibus eorum» (Hier. XXIII, 16, 17, 21, 22). Hos eosdem denuo Dominus designat et denotat dicens: «Me dereliquerunt fontem aquae vivae, et effoderunt sibi lacus detritos, qui non possunt aquam portare» (Ibid. II, 13). Quando aliud baptisma praeter unum esse non possit, baptizare se posse opinantur. Vitae fonte deserto, vitalis et salutaris aquae gratiam pollicentur. Non abluuntur illic homines, sed potius sordidantur; nec purgantur delicta, sed immo cumulantur. Non Deo nativitas illa, sed diabolo filios generat. Per mendacium nati Veritatis promissa non capiunt: de perfidia procreati fidei gratiam perdunt. Ad pacis praemium venire non possunt, qui pacem Domini discordiae furore ruperunt.
A Unidade da Igreja
Capítulo 11
Contra homens desta natureza o Senhor brada, refreia a ação deles e torna a chamar seu povo errante, dizendo: «Não ouçais as palavras dos falsos profetas, porque as visões de seus corações os iludem. Eles falam, mas não da boca do Senhor. Dizem aos que desprezam a palavra de Deus: ‘A paz estará convosco e com todos que andam segundo suas próprias vontades. Todo aquele que anda no erro de seu coração, nenhuma desgraça lhe sobrevirá’. Eu não lhes falei, e eles profetizaram. Se tivessem permanecido na minha essência, e ouvido minhas palavras, e se tivessem instruído meu povo, eu os teria convertido de seus maus desígnios» (Jr 23, 16-17. 21-22). Pela segunda vez, o Senhor designa e aponta esses mesmos profetas, dizendo: «Eles me abandonaram, a mim, fonte de água viva, e cavaram para si cisternas furadas, que não podem levar água» (Ibid. 2, 13). Visto que não pode haver outro batismo senão um só, eles pensam que podem batizar. Depois que abandonaram a fonte da vida, eles prometem a graça da água vital e salutar. Ali, os homens não são lavados, mas, antes, contaminados; nem os delitos são purificados, mas, ao contrário, acumulados. Tal nascimento não gera filho para Deus, mas para o diabo. Nascidos por meio da mentira, não alcançam as promessas da verdade; gerados da perfídia, perdem a graça da fé. Não podem chegar ao prêmio da paz os que romperam a paz do Senhor com o furor da discórdia.